No segundo trimestre, finalmente eu ganhei uma barriguinha. Já me sentia mais a vontade nas filas preferenciais, sem parecer que eu era uma aproveitadora. Além disso, grávida pode usar qualquer roupa. É o único momento na vida de uma mulher em que uma blusa ou vestido marcando sua barriga não importa, e todos ainda elogiam!
Ao contrário do que eu pensava, acabei gostando da barriga e – pasmem – das pessoas pedindo pra tocar nela. Principalmente depois que o bebê começou a mexer, eu queria compartilhar ao máximo a sensação de sentir a movimentação dele e achava demais a reação das pessoas mais próximas sentindo os chutes e pontapés. Primeira mordida de língua sobre a gravidez: check!
Voltando às filas preferenciais, descobri que elas são puro bullshit. Como eu nunca tinha me dado conta? Imagine uma fila para idosos. Essa fila não pode ser rápida, muito menos mais rápida do que outras filas. Idosos que pagam com moedinhas, que demoram para encontrar essas moedinhas na bolsa, que erram na hora de pagar com essas moedinhas e que passam os produtos de maneira muito, muito lenta. Eu passei um bom tempo nas tais filas preferenciais, de banco à supermercado, e concluí que nelas eu ganho a preferência de começar a esperar.
No quarto mês nós fizemos a ecografia onde descobrimos o sexo do bebê. Um menino, para meu desespero! Sim, porque até então eu achava que era menina e nós tínhamos um nome escolhido. Já para menino, todas as nossas opções eram caóticas: o que eu gostava, o Rafa odiava; e vice-versa. Além de eu ter ficado super frustrada que minha “intuição de mãe” falhou.
Aí veio a saga do nome. Rafael queria Humberto, em homenagem ao Humberto Gessinger. Olha, eu aprovaria se fosse Gessinger, mas Humberto não dava. Nada contra os Humbertos desse mundo, mas eu tenho uma implicância com a letra H e queria um nome mais curto. O meu H também é muito feio e eu não admito escrever o nome do meu filho com letra feia. Sim, meus argumentos eram super fortes e consegui, assim, tirar esse nome da lista de opções. O difícil de escolher nome é que todos que você pensa ficam atrelados à personalidade das pessoas que você conhece com aquele nome. Ou seja, além de encontrar um nome que agradasse os dois pais, tinha que ser algo diferente a ponto de não conhecermos ninguém com aquele nome. E assim surgiu: Inacio!
Foi nesse trimestre também que o Rafa começou uma imersão no mundo dos partos – enquanto eu nem queria ver foto de cordão umbilical. Ele me convenceu a assistir um documentário chamado The Business of Being Born, e esse seria o separador de águas da minha gravidez, quando decidi que meu parto seria natural e humanizado. Mas isso é assunto para outro post! :)
O segundo trimestre é o mais tranquilo e não foi diferente pra mim. Eu segui sem sintomas chatos, mas passar aspirador na casa foi ficando um pouco mais cansativo. Mesmo assim, foi especial por todos os acontecimentos acima. No próximo post conto como foram os três meses a seguir, a finaleira da gestação no verão mais quente que Porto Alegre viu nos últimos 100 anos.