Enfim, ele chegou e me fez perceber que tudo poderia ser diferente. Eu poderia falar quando, do que e da forma que eu quisesse. Com ele, comecei a exercitar meu passatempo preferido: ser egoísta e egocêntrica. Falar sobre coisas que eu faço, que eu vejo, que eu gosto ou odeio. Eu, eu, eu. E o melhor, se alguém comentar, não sou obrigada a responder. Não sou obrigada a ouvir nada do que aquela pessoa fala também se eu não quiser. E você não se sente constrangido por isso. Porque com ele funciona assim: gostou? Casa. Não gostou? Dá logo um pé na bunda.
Sem necessidade de retribuir, eu faço o que eu quiser. Posso falar sozinha, ao vento. Posso dar indiretas para pessoas que estão por perto, ou então diretas para pessoas que nunca vi. E posso ficar dias sem falar nada, ele nem liga. É assim, liberdade total para cada vez ser mais e mais eu mesma. E guardar tudo de mim num histórico público. Os pensamentos soltos, as dúvidas existenciais, as narrativas de vida e até o dia que a tampa do meu fogão explodiu.
E como se não bastasse, ainda me dá oportunidade de acompanhar tudo aquilo que me acho no direito. E conhecer mais, e me atualizar, e compartilhar e ainda espiar. Embora tenham outros parecidos com ele, para mim ele é o único que me entende, e que eu entendo perfeitamente. Ele nunca vai me deixar sozinha.
Obrigada por existir, Twitter.