Eu juro que me esforço, mas não consigo. Tem dias que posso ficar horas na frente de uma folha do Word, um documento do Photoshop ou meu bloquinho promocional da firma do meu pai, mas meus dedos não conseguem digitar, meus botões do Photoshop parecem estar em japonês e minhas mãos não sabem mais escrever. Abro o guarda-roupa, não sei mais o que vestir, não gosto mais de nada que eu tenho, não sei mais nem porquê eu o abri. Olho pro meu quarto e concluo que tenho um péssimo senso de combinação, e, pior ainda, de personalidade! Meu relógio do Garfield não combina muito com meus títulos de livros empilhados na prateleira, e muito menos com a estátua de madeira de gato indonésio ao lado da porta.
E aí então que me proponho à única solução que encontro: plagiar pra conseguir uma uniformidade. Abro o Google, leio blogs, ligo a TV, folheio revistas, observo as pessoas na rua. Procuro idéias, pensamentos, frases, imagens que materializem diretamente os conceitos que meu cérebro sabe que quer, mas não consegue falar. Pensando bem, acho que a vida toda eu fiz isso. Anotei mentalmente estilos que eu queria ter, escolhi com que letra caprichosa gostaria que a minha parecesse, treinei meus jeitos de falar. Mas tudo foi… em vão. Acabava sempre pegando um modelo e na hora de copiar, saía do meu jeito mesmo. E de tanto tentar ser alguém, virei eu mesma.
Não sou 100% original, sei que não. Mas também nunca consegui ser cópia de ninguém.