Discovery Kids ou Animal Planet?

13 de June de 2009

E então chegou o dia dos namorados. Depois de 4 anos de namoro, eu e André decidimos nos rebelar e… comemorar! Tivemos presentinhos, fondue, jantar caseiro, algumas horas matando zombies no Wii e todo aquele mimimi de 12 de junho. Como juntou com o feriado, resolvemos fazer algo diferente e fomos no zoológico amar também os animais. Faz um tempinho já que andava enchendo o saco pra ir ver a famosa girafa, o animal mais lindo desse mundo dos animais que não andam nas ruas. A minha mãe ficava indignada alegando que eu já tinha ido no zoológico, mas vamos combinar que levar qualquer criança de 2 anos pra ver uma coisa que deva ser memorável é gastar tempo e dinheiro. Ei! Não vamos lembrar do zoológico, não vamos aproveitar a Disney, não vamos lembrar do gosto do xuxu. Enfim, tivemos uma discussão sobre o ornintorrinco, que eu jurava ser da mesma família do hipopótamo, e o André achou que eu estava muito limitada ao meu clássico jogo do mico e ao Madagascar e decidiu que era hora de dar um basta nisso tudo. Abaixo, seguem algumas considerações sobre alguns antigos mitos pra mim – e talvez pra mais gente. Conto com o apoio de vocês!

– O macaco é mais assustador do que as cobras. Por quê? Porque ele parece MUITO alguém fantasiado. Ele é uma mini pessoa numa jaula. Pra ser mais exata, a cara dele parece a de um velhinho mendigo no centro. ME-DO.

– O elefante é bem menor do que eu pensava e não incomoda muita gente. Quer dizer, pelo menos de onde eu vi, ele parecia ter o mesmo tamanho do Eric Clapton quando fui no show dele no Olímpico. Então ou ele é pequeno, ou Eric Clapton é realmente bem mais gordo do que aparenta.

– Existem algumas coisas que eu imagino que sejam absurdamente enormes: tiranossauro rex, boing, transatlântico e girafas. E tenho que dizer que as girafas foram decepcionantes. Você não vai olhar pra cima e ver um pescoço pelos próximos 5 metros como eu pensava. Enfim, talvez ISSO tenha sido uma memória de quando eu tinha 2 anos.

– Os hipopótamos e os rinocerontes realmente existem fora do comercial da Parmalat. Mas são bem mais feios. Quer dizer, vamos ver como estão aquelas crianças hoje, hã?

No fim das contas, não tinha nenhum ornintorrinco. Então acho que ninguém pode discutir comigo sobre um animal que não viu – e ainda temos dúvidas se existe – certo? E eu continuo aqui achando que ele é gordo, cinza e… algo entre o hipopótamo e o rinoceronte, definitivamente. É, uhum, tenho quase certeza que é assim o verdadeiro ornintorrinco.

Prazer, Kong. King Kong.

2 de June de 2009

kingkong

Eu nunca fui uma pessoa de micos convencionais. Claro que já beijei o chão na rua, caí da cadeira na aula, já dei foras e tive que consertar na hora ou sair correndo. Mas isso não é algo freqüente no meu dia-a-dia, até porque nem lembro da última vez que aconteceram coisas assim. Em compensação, alguns king kongs permeiam minha vida. Situações tão constrangedoras que viram chacota pro resto da vida e eu preciso aprender a conviver com isso toda vez que minha família se reune. Uma história clássica que sempre ressurge nos almoços de domingo é o dia em que eu abracei um cara qualquer num supermercado achando que era meu pai. Ele estava de costas e eu não tenho culpa se meu pai tem características padrão de pai: meio gordinho, estatura média e careca. Se fosse o Homer, eu abraçava. Não bastou abraçar, eu ainda disse “Aiai, PAPI” e quando aquele homem olhou pra mim extremamente surpreso, talvez lembrando de alguma ex-namorada e prevendo a cena de uma mulher gritando loucamente que queria um exame de DNA e tudo que ele tem na conta do banco, eu percebi que meu pai verdadeiro tava do outro lado do corredor, já rindo muito de mim.

Outras histórias:

Outra que adoram lembrar é a vez em que eu ganhei um cachorro Husky de pelúcia no Natal e… chorei. Chorei muito. MUITO. Chorei repetindo 3057 vezes a frase “meu Husky!!!”, enquanto todos entravam em conflito se era felicidade ou uma mágoa profunda com um erro do Papai Noel. Eles filmaram e acham a maior graça assistir isso hoje, uns 15 anos depois, rindo muito da minha cara. Eu, particularmente, continuo achando lindo o fato de uma criança conhecer tão cedo o papel da emoção, enquanto limpo algumas lágrimas ao lembrar do meu querido Husky.

E, é claro, o mico mais recente eu contei aqui no blog, que foi o dia em que todos os salões de beleza de Porto Alegre pararam porque a idiota aqui marcou de fazer a unha em todos eles, achando que era uma alguma deusa indiana com mil braços ou sei lá o quê.

Ser perfeita exige esforço

30 de April de 2009

Sempre tem aquela amiga que todo mundo acha perfeita. Não necessariamente uma amiga, pode ser uma prima, uma colega de trabalho, ou uma simples conhecida. Aquela guria que diz que lava o cabelo com sabão de côco e mesmo assim ele é super hidratado. Aquela que nunca se atrasada pelo simples motivo do despertador não ter tocado. Tem sempre uma história maior, mais engraçada, mais triste ou mais bizarra pra contar. Sobre qualquer assunto. As festas dela são as melhores, os amigos dela são os mais queridos, os ex-namorados os mais lindos, as viagens as mais loucas e a grama a mais verde. Além disso, ela é a melhor filha, a melhor amiga e a melhor namorada. Ela conhece todas as bandas cool do momento, todos os filmes alternativos, todos os lugares da Europa e já fez tudo que você pensar em querer fazer. Mas nem tudo é um mar de rosas, como ela faz questão de frisar. Ela também quer ganhar de todo mundo quando o assunto é problema. É ela que tem as piores histórias de família, as noites mais mal dormidas, o carro mais batido e os piores diagnósticos médicos. Ela é sofredora. Ela é praticamente Maria do Bairro. Mas ela não se abate. Não. Ela tira de letra todos esses problemas tendo as maiores noitadas da vida de qualquer ser humano. E tem mais! Sabe aquele famoso que você viu no aeroporto? Pois é, ela já viu ele duas vezes e inclusive numa delas beberam juntos numa festa VIP que ela conseguiu ingressos porque tem muitos amigos populares. Sabe aquela viagem que você fez pra serra no feriado? Parece que ela foi apenas com uma enorme mochila e de patinete pro Rio e teve o melhor final de semana de todos os tempos. Sabe esse post? Ela escreveria melhor. Sabe essa amiga? Ela é uma farsa. Sabe o que é pior? Ninguém mais nota isso.

A mulher diabo e o feitiço do bigode

8 de March de 2009

Gil sempre foi uma criança sapeca, que passava horas se divertindo ensaiando passos da Gaiola das Popozudas em frente ao espelho, sonhando em um dia ser a rainha do baile de sainha. Gil cresceu, abandonou seu sonho de ser musa da periferia e teve uma adolescência pra lá de normal, chegando até mesmo a se envolver em causas sociais e criar uma teoria, a teoria do Playmobil, onde ela indagava pela falta de bom senso nos cortes de cabelo e afirmava que ninguém possuia nariz. Talvez por isso ela acreditava que o mundo cheirava à merda. Um dia, estava ela navegando na internet quando, em meio à um clipe alternativo de Escoladuz, encontrou o homem de sua vida. Ele aparecia em frações de segundos, era como uma mensagem subliminar. Ela o procurou em academias, no orkut, em listões, em hospitais, em seus sonhos. Mas nada de achar o misterioso Escoladuz que ela apenas sabia que gostava de verde e de andar de carro. Gil passou anos chutando números de telefone, criando combinações de nome + sobrenome e, claro, olhando para cada carro com passageiros que passava em sua rua. E nada aconteceu. Sua fúria e decepção com o mundo foi tanta que chifres cresceram na sua cabeça e um garfo gigante passou a ser seu acessório preferido. Gil virou a Mulher Diabo. Mas essa não é a história de Gil. Essa é a história de Robbie, uma menina que nasceu sem nem mesmo ter buço. E isso é tudo que precisamos saber sobre ela. Certo dia, ela estava feliz e saltitante porque Jorge Versilo, seu amor platônico, a convidou para sair e resolveu comemorar ouvindo sua música preferida “i’m every woman”. Imediatamente tocou uma sirene vermelha em forma de coração na sala de Gil, a Mulher Diabo. Era um sinal de que um novo casal estava prestes a se formar. Ela precisava fazer algo a respeito. Correu para a casa de Robbie, desligou o som, rasgou o poster da turnê 2009 dos Backstreet Boys na parede e disse “tire esse sorriso idiota da cara, garota, porque a partir de hoje, ele será acompanhado de um belo bigode”. E despejou todo seu feitiço contra o antes liso buço de Robbie. Como se não bastasse, rogou que ela ficasse presa no mundinho do Carnaval.

Essa não é uma história real. Mas poderia ser, porque faz muito sentido se vocês olharem o Orkut delas.

Trote nº 3 pro TDB

22 anos em um post

4 de March de 2009

Categorizei meu blog como “blog de opinião”. Porém, lembrei dos áureos tempos de infância e adolescência no colégio (e na faculdade também), onde eu sempre fiz o papel da guria do fundo que vai bem nas provas, não pega ninguém e nunca levanta um dedo sequer pra comentar matérias ou fazer perguntas durante a aula. Foram-se os seminários, as simulações de audiência, os debates tórridos sobre os assuntos mais polêmicos, as palestras. Nada. Nunca disse um “ai” em público, a não ser, é claro, que me fosse perguntado algo. Foram anos com coisas engasgadas, e hoje eu concluí que pagaria por um intervalo inteiro no horário nobre da Globo pra dizer algumas coisinhas…

Sou contra o aborto. E a obrigatoriedade do voto. E as cotas para negros. Mas sou a favor das cotas para colégios públicos. E da pena de morte. E da legalização da maconha também. Policiais deveriam ser melhor remunerados. Eu acho que Capitu traiu Bentinho. Eu tô de saco cheio de 50% dos blogs que eu visito. Pessoas que em pleno ano 2009 não aceitam homossexuais são ridículas. Auto-descrições também. Eu cago pra modelos novos de celular e iPod. Eu assisto todos os BBB’s. Não entendo como a maioria das pessoas não tem nojo de comer algo que um dia teve olhos. Também não entendo como existe tanta mulher sem noção com biquini fio dental na praia. Acho total apelação mostrar ursinhos polares pra falar sobre aquecimento global. Não, eu não quero mais polenta de almoço. Tia, você nunca acerta nos meus presentes. Mariana, eu sei que você mentiu que foi pros Estados Unidos na quinta série porque vimos você andando no centro uma semana depois. Carla, você é uma vaca.

Pronto.

E vocês, tem algo a dizer? Libera geral, galerë!

Este post foi um oferecimento de TPM (dica: não estou falando de revista).

Este post foi republicado para atender à pauta do TDB: O que você postaria anonimamente? Ou: o que vc tem muita vontade de escrever (seja para desabafar, mandar recado para alguém, etc) no seu blog, mas não gostaria de ser identificada(o)?