Acho que agora entendo a graça toda de tocar o terror com a história do Velho do Saco. O saco, nada mais é, do que um buraco negro onde são jogadas todas as pessoas com um mínimo de gosto em comum. Gosta de Bob Marley? Tem que fumar uma maconha. Curte pagode? Tem que morrer.
Se você usa sapato bico fino, nem pense em dizer que você gosta de Ramones. Afinal, todo mundo sabe que fã de Ramones usa é All Star. Está lá, escrito no saco. Por essas e outras, sempre me senti meio por fora do público Los Hermanos. Eu não tenho uma armação grossa de óculos. Há quem diga que não sou uma verdadeira fã por causa disso. Aliás, gostar de Los Hermanos diz muito sobre mim. Eu não posso rir huahuahua e deveria dizer que odeio televisão sempre que puder. Se eu disser que gosto de Los Hermanos E Michel Gondry acabou minha vida social. Nada de coisas massificadas, eu estou num saco que não permite. Eu inclusive deveria procurar por bandas que nunca ninguém ouviu e escutar exaustivamente até encher meu Last.Fm com elas. Isso é a coisa mais chata de pertencer a um saco: você está preso lá, com limitações de todos os lados, restando apenas fazer as mesmas coisas que seus companheiros de saco.
É claro que você saca na hora quando existem pessoas que gostam das coisas que você gosta por puro modismo, e não porque elas enxergam tudo aquilo que você também vê quando lê um bom livro, ouve sua música favorita ou assiste um filme diferente de tudo que já foi feito. Mas, infelizmente, estão todos dentro de um saco. Não dá pra diferenciar à primeira vista. Os fãs de Crepúsculo devem me entender.
Então quem gosta de Jota Quest é adolescente sem personalidade e massificada, quem vai a raves provavelmente consome drogas, quem é publicitário tem que ser mega criativo, quem gosta de maquiagens caras é fútil e quem lê meu blog precisa comentar algo engraçado. O saco não tem esse nome a toa. É mesmo um saco.
Editando: Entrei para o TDB da Capricho. E não me venham com sacos. Leiam o post de novo, pra reforçar.