Quartinho (Montessoriano) do Inacio

25 de September de 2014

Eu nem me lembro direito quando e como eu cheguei no nome da Maria Montessori, só sei que assim que bati o olho percebi que o método que ela desenvolveu tinha muito a ver com o jeito que eu e o Rafa pensamos em criar o Inacio.

Pra quem não conhece, Maria Montessori foi uma educadora e a primeira mulher italiana diplomada em medicina (lá em 1896!). O método Montessori enfatiza a importância de se criar um ambiente adequado para o desenvolvimento da criança, capaz de permitir a livre expressão de suas capacidades e estimula a criança a aprender sozinha através das suas experiências. A ideia é dar autonomia, liberdade (com limites) e respeitar o desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas das crianças. O método foi pensado para ser algo fácil de ser seguido por todos, por isso foca em coisas bem simples e quanto mais natural, melhor!

Uma das coisas mais legais que li foi a respeito da preparação da casa, segundo Montessori. Geralmente, o que vemos em quartos de bebê de revista (muitos lindos, por sinal) são quartos decorados, na verdade, para adultos. Montessori defende que um quarto feito para o bebê tem que ser pensado pelos pais como se estivessem no campo de visão do bebê, ou seja: que quadros e imagens estejam na altura do bebê, que tenha liberdade para rolar pra fora da cama (com segurança, é claro) e que tenha livre acesso às suas coisas, por exemplo.

Algumas coisas do método que incorporamos ao quarto do Inacio:
– Quarto espaçoso e composto de poucos móveis;
– Colchão no chão;
– Tudo ao alcance da vista e das mãos;
– Espelho na altura do bebê, para que ele possa se conhecer;
– No armário há uma arara com poucas roupas e ao alcance para que ele possa se vestir sozinho (ainda não chegamos nessa fase, mas já está ali);
– Cantinho da leitura (que é aquela área aberta na estante, onde por enquanto é a casinha do Popeye hehe);
– Os nichos no chão para guardar alguns dos brinquedos.

O resultado?

Caminha no chão e muitas almofadas

Caminha no chão e muitas almofadas

Móvel que mandamos fazer com nichos baixos e sofazinho

Móvel que mandamos fazer com nichos baixos e sofazinho

Cômoda e trocador: esses são meio tradicionais mesmo hehe

Cômoda e trocador: esses são meio tradicionais mesmo hehe

A cama do Inacio é um colchão de berço que colocamos no chão com almofadas, cobertores e tapetinho EVA em volta. Ele dorme ali a noite toda desde os 2 meses de idade, e muitas vezes, pela manhã, encontramos o guri assim:

Rolando, explorando e se divertindo

Rolando e se divertindo

Outra coisa que pesquisamos na época em que ele não interagia muito com brinquedos foram os móbiles. Pedi para minha vó fazer o Gobbi e eu mesma fiz o de Octaedro. Ele não passava hooooras brincando, mas se distraia um pouco.

Móbiles Montessorianos: Gobbi e Octaedro.

Os móbiles: Gobbi e Octaedro.

O espelho ele também adora e fica um tempão se “admirando” (ou admirando o bebê que ele imagina estar preso lá hehe).

Acredito que nenhum método de criação de filho tenha uma garantia de 100% criança feliz, o que existe é o desejo de buscar o melhor. A gente não segue a risca o método Montessori, e acho que ainda temos muito para fazer e ler sobre, mas fazemos o possível para conseguir seguir essa linha de deixar o Inacio mais “solto” para explorar, criar e experimentar as coisas. :)

heart

Separei alguns links para quem ficou curioso ou quer começar aos poucos a adaptar o quartinho e a criação do pequeno para o estilo Montessori:

Para mamães com tempo e alguma habilidade manual:
– Tutorial passo-a-passo (em inglês, mas com muitas fotos) para fazer o móbile Gobbi: Parte I (fazendo as bolinhas) e Parte II (pendurando o móbile)
– Tutorial e molde para fazer o móbile Octaedro: Petit Mondo Montessori (em português) e Little Red Farm (em inglês).
Também tem outros móbiles com tutoriais por aí, é só procurar no Google por “móbile de dançarinos”, “munari mobile” ou “montessori mobile”.

Mais referências de quartos Montessorianos:
Criei um quadro no meu Pinterest só de referências fofas de outros quartos montessorianos, de onde tirei várias ideias legais.

Dicas de sites com atividades, ideias e mais sobre o método:
Lar Montessori
How We Montessori

Os primeiros 3 meses

19 de September de 2013

3 meses

E foram-se os 3 primeiros meses de gravidez. Aqueles que julgam serem os mais chatos, os mais sintomáticos, os mais blé. Porém, eu não tive a maioria dos sintomas clássicos, sabe? Aqueles que a gente vê em novela e já se liga “essa louca tá grávida”. Eu tive enjôos, por exemplo, apenas duas vezes. E as duas vezes eu acredito seriamente que não tinham nada a ver com o bebê, e sim com a mãe de alma gordinha: da primeira vez desconfio que tenha sido uma barra de Milka 300g devorada em apenas 2 dias, na outra foi uma invenção de congelar hamburguinhos de soja que não acabou nada bem.

Eu tive, sim, nojentices passageiras. Acordava um dia e pensava “meu deus, por que alguém come cenoura? parece tão nojento!”, assim, sem motivos. Os mimimi de comida me fizeram implicar com vários alimentos totalmente aleatórios, sem nenhum argumento. Julguei o ovo, a cenoura, as comidas quentes, as frituras, as massas. Enfim, a maçã se salvou e taí uma coisa que eu poderia passar a vida toda comendo. Mas não a porosa.. e nem a verde. Eca!

A expectativa de ver a tal barriga era – e continua sendo – grande, mas nos primeiros meses a minha mal cresceu. Embora algumas pessoas – querendo muito acreditar – viessem me dizer “olha só essa barriguinha já querendo despontar”, eu pensava silenciosamente que não, meu bem, isso chama-se lordose + fondue da semana passada, não é bebê coisa nenhuma. Mas, né? Ninguém mais me dá oi. Dão oi pra tal barriga de batata frita.

Aliás, eu sou uma pessoa que não teve surto em saber que vou ser responsável por um ser, criar uma pessoa e formar seu caráter, mas sim em saber que minha barriga viraria pública. Todo mundo quer ver, passar a mão e, começa o pavor, DESENHAR nela. Gente, é sério. Eu me arrepio toda só de pensar em chá de fraldas, por causa dos malditos desenhos com batom bagaceiro das tias. Não é porque não sabem comprar pelo catálogo das revistinhas que vão lambuzar minha barriga com um monte de Natura usado, né? E cadê sertralina pra passar por isso? Grávida nem tem essas regalias, tem que matar no peito ou quebrar uns pratos.

Um sintoma que eu tive também foi o tal do olfato aguçado. Até parece legal, tipo um super poder, mas na real não serve pra nada. Ah não ser que comecem a treinar grávidas como pastor alemão, para trabalhar no aeroporto e com policiais. Acabou o tráfico, daí.

Fora os sintomas, as sensações do primeiro trimestre são bem confusas. É algo tipo “dizem que eu estou grávida”, mas juro que nada parece ter mudado em mim, tirando o fato de que eu virei uma pessoa chata que tem que comer bem, se exercitar e não pode beber nada alcoolico. Virei atleta olímpica ou entrei na terceira idade? Nenhum, tô grávida. Dizem.

A falta de interação com o bebê também não contribui pra ficha cair. É como se ele tivesse redes sociais, mas nunca tá online em nada. Aí de vez em quando fazemos umas video(eco)conferências, mas o microfone dele tá estragado e, enfim… carinha difícil esse. Nem foto de perfil tem! :( Espero que seja gato.

Mas é isso! Ainda temos vários meses pela frente, e a cada um deles novas descobertas, rabugices e algumas certezas: o amor cresce, a barriga também, e eu continuo sem poder beber Piña Colada.