Crônicas Rabugentas

  • Crônicas Rabugentas

    Sobre ser a tal metaformose ambulante

    Mexer numa colméia? Viajar sem fazer revisão no carro? Ficar perdido no deserto? Que nada. Perigoso mesmo é ter ideias e um blog. Ao mesmo tempo em que é ótimo compartilhar seus pensamentos aos milhões de bytes internet a fora, isso também quer dizer que eles ficarão gravados em uma memória pública e escancarada para quem quiser vasculhar sua mente ou está chegando agora e pega o trem andando, sem contexto algum. Mesmo que você delete ou edite algum post, sempre vai correr o risco de ter tido sua ideia “printada” ou divulgada viralmente sem controle algum. Na internet, falou, tá falado. Quer mesmo saber? A gente muda de opinião.…

  • Crônicas Rabugentas,  Histórias,  Vida

    Desculpa, é que eu sou juca

    Se eu participasse no Zorra Total, esse seria meu bordão. Como disse no último post, resolvi me assumir mongolona. Minhas primeiras peripécias foram com o transporte público coletivo, ou, como descreve o poema no vidro do meu amigo 520: “Repara no nome daquele grande dragão fumegante que captura nossas almas para o purgatório diário: Ônibus.” Resolvi usar meu TRI pela primeira vez esse mês, super feliz. Fui caminhando até a parada, pensando “Vou passar o meu TRI ali como se fosse muito natural pra mim, sem deixar vestígios de noob” e testando as melhores maneiras de segurar meu cartão na mão para passar como uma especialista quando chegasse minha vez.…

  • Crônicas Rabugentas,  Histórias,  Vida

    Agora que eu sou gente

    Todo mundo já teve uma época de vacas magras. E muitas destas pessoas já tiveram uma época em que suas vacas ficaram anoréxicas. Vinte e cinco anos na cara e decidi comprar um apartamento com o namorado. Duas pessoas muito felizes, e também endividadas pelos próximos 20 anos. Que seja eterno enquanto dure – este amor, não estas parcelas from hell. E enquanto os atuais proprietários do apartamento não saem de lá, eu moro com a sogra e meus dois cunhados. Pra pagar as prestações da casa nova, arranjei um emprego e comecei a economizar. Virei uma pessoa normal nesse Brasil de meu Deus. Agora que eu sou gente, eu…

  • Crônicas Rabugentas,  Mulherzinha

    Publicitária do Lar

    Não faz nem três meses que ingressei em uma nova vida. Uma vida onde eu compro um armário e depois passo Poliflor nele. E depois dobro todas as roupas. E depois guardo elas. E por fim, tomo 2 Dorflex pros meus braços. Uma vida em que lavo louça. Parece um sonho, mas não é. A louça está ali. E aí você começa a valorizar muito cada prato que suja. E decide que o melhor é ter alimentos possíveis de comer com a mão: banana, maçã, barrinhas de cereais. Além de tudo, tem que ir no supermercado, comprar coisas que sujarão toda aquela louça que um dia, acredite, consegue ficar limpa…

  • Compras,  Crônicas Rabugentas,  Histórias

    Highway to hell

    Casamento em Uruguaiana. Uruguaiana a 8 horas de Porto Alegre. Sem vestido e madrinha. Um pâncreas meia boca e a certeza de que nada ia ser muito fácil. Então era isso, no feriado de Corpus Christi estava eu embarcando pra lá num ônibus levando uma caixa térmica com pão de queijo e vendo aos pedaços Elizabethtown dublado espremida numa poltrona, tentando convencer meu pescoço de que por aquela noite a cama ia ser um pouco diferente. Mal conhecia os noivos, mas nessas horas as formalidades falam mais alto e eu sucumbi. Precisava de algo pra me apegar, um amuleto, algo que me garantisse segurança durante os momentos mais difíceis: levei…